sábado, 18 de abril de 2009


Caro e nobre depoente

Sente aqui no meu lugar

Já recebi as perguntas

Que devo lhe formular

Primeiro quero saber

Se aceitas pra beber

Uísque com caviar

Pra beber eu só aceito

O sangue de delegado

Daquele que foi adido

Ou do que foi afastado

Mas se tiver de juiz

Me sinto até mais feliz

Além de tudo vingado

Então eu passo a palavra

Para o nobre relator

Seu ilustre conterrâneo

Mas antes peço um favor

Fale tudo que quiser

Omita o quanto puder

Quem de nós financiou

Ilustríssimo depoente

Prove a este relator

Que você é inocente

E que nunca subornou

Demonstre para a Nação

Que tudo é perseguição

Do juiz que o condenou

Eu juro pela saúde

Da mãe dos dois delegados

Que sou inocente e bobo

Sou mais um injustiçado

Nunca mais roubei ninguém

Tampouco fraudei também

Mesmo assim fui condenado

Conforme foi combinado

Nós vamos lhe indiciar

Junto com os delegados

Pra não dar o que falar

Com você é faz de conta

Porque lá na outra ponta

Tem alguém pra lhe livrar.


Por Edmar Melo

Nenhum comentário:

Postar um comentário